Sempre conversamos dentro do carro antes de entregar as quentinhas…
Em um dado momento o tema fome surgiu. Milhares de pessoas passam fome todos os dias, no Brasil. Para ser mais exata são 19,3 milhões de brasileiros nessa situação.
Quando fui à Pernambuco vi essa triste realidade de perto, crianças desnutridas em suas roupas largas. Perguntei para uma menina qual tinha sido o almoço dela, pois mesmo depois de ter almoçado, ela queria almoçar novamente, só com a gente:
“Sopa de arroz” ela disse.
Nunca provei sopa de arroz, mas acredito que não deva ser o alimento ideal para uma criança em formação. Inclusive, pude imaginar claramente o prato raso com mais água que arroz. Essa menina comeu com gosto nosso macarrão naquela tarde. Confesso que foi difícil segurar o choro, diante dessa cena.
Gostaria que você refletisse em quantas vezes foi ingrato pelo que Deus tem te proporcionado. Quantas vezes não agradeceu pelo prato abundante à sua frente? Eu posso pensar em algumas vezes que fiz isso.
Temos a tendência de ignorar as bênçãos que já recebemos. Seja a comida diária, a paz, sua saúde que permite você ir e vir e lutar pelos seus sonhos.
A verdade é que a gente reclama de barriga cheia. Já temos mais do que o suficiente para uma boa vida agradável.
Quando percebi essa minha ingratidão, comecei a agradecer de três a cinco “coisas” que sou grata, diariamente. Quando o dia é muito normal e não acontece nada fora da rotina, agradeço por estar viva em tempos de pandemia, de poder respirar pelos meus próprios pulmões.
O ordinários é muito mais extraordinário, só precisamos estar atentos a isso.
Por Julia Macedo